sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Listas #1 - Melhores livros de 2015

Olá!

Com a proximidade do final do ano, além dos projetos, é o momento de relembrar as leituras realizadas deste ano, então separei as minhas seis melhores leituras. Fazendo um balanço geral, eu acho que meu desempenho de leituras deste ano foi de regular a bom, eu li até o momento, 36 livros e 8 HQs (graphic novels e mangás), com uma média de 3 livros por mês. Acho que foi relativamente pouco, vou tentar aumentar minha meta pro próximo ano.

Então, vamos ao top 6!


*Os livros não estão listados hierarquicamente, do pior para o melhor.

1) A Coisa - Stephen King
O meu calhamaço do ano foi também uma das minha melhores leituras, no kindle, eram cerca de 2000 páginas, mas que devorei em menos de um mês, de tão envolvente. Conta a história da cidade fictícia de Derry e de seis moradores, únicas pessoas que conseguem entrar em contato com o que há de mais sombrio nesta cidade, A Coisa, personificada como um palhaço aterrorizante. Esses seis moradores, crianças no início da história, unem-se e tornam-se amigos pelo medo, inicialmente de outras crianças da cidade que praticam bullying com eles e depois, pelo segredo que os une, de serem os únicos a saberem da existência da Coisa. Além de acompanharmos a histórias dessas crianças por flashbacks, já que nos dias atuais eles já são todos adultos, vemos o reencontro deles, afastados há anos deles mesmos e da cidade natal, mas que mais uma vez unem-se a fim de derrotar de uma vez por todas A Coisa de Derry.

2) As Virgens Suicidas - Jeffrey Eugenides
Conheci esta história primeiramente através do filme de Sofia Coppola, apesar da crítica ter sido muito positiva, não foi um filme que me empolgou, talvez devido as minhas altas expectativas. Deu-se o oposto quanto ao livro, estava na espera de uma história mediana, mas a escrita de Jeffrey Eugenides me encantou do início ao fim. Como no livro anterior, há o enfoque em uma cidade, mas mais na família Lisbon e nas cinco lindas filhas do casal, todas jovens, com idades de um ano de diferença, dos treze aos dezessete anos. Sabemos dessa história pela perspectiva de um grupo de amigos vizinhos de mesma idade, aparentemente eles narram a história já adultos, mas são poucas as indicações nesse sentido, e que eram completamente fissurados pelas meninas, acompanhavam-nas pelos seus binóculos pelas janelas de suas casas, encontravam-se às escondidas para ficarem espiando e especulando sobre suas misteriosas vidas. O fascínio aumenta sobremaneira após o suicídio da mais nova, Cecilia, e em como as outras meninas parecem ter o mesmo propósito, ao mesmo tempo em que são subjugadas por uma mãe intimidadora e super protetora. Este livro levou-me a querer ler mais do autor, a narrativa escrita pela perspectiva dos meninos, com toda adoração e aura de mistério, é cativante.

3) A Redoma de Vidro - Sylvia Plath
Eu tenho dificuldade em saber qual livro, filme, etc eu gosto mais em relação a outro, mas este livro eu não tenho dúvidas de que foi minha melhor leitura do ano e está nos meus preferidos da vida. Depois de terminá-lo, eu ainda reli duas vezes de tão apaixonada que fiquei por Sylvia Plath e Esther Greenwood, a protagonista da história. É um livro autobiográfico, Esther é a personificação das próprias vivências e angústias de Sylvia e foi escrito semanas antes do suicídio desta, talvez por ser tão visceral tenha me encantado tanto. A narradora é a própria Esther, jovem adulta americana da década de 20 que sonha em ser poetisa, mas ao ser recusada em um curso de oficina de ficção e ter ido trabalhar por algum tempo em Nova York, saindo pela primeira vez de sua cidade natal, Boston, começa a se questionar se realmente é boa o bastante para escrever, quiçá viver, e cai numa profunda depressão, indo parar em diferentes instituições psiquiátricas. O sofrimento de Esther também é claramente por se sentir tão diferente de todas as outras jovens de sua idade, em Nova York por exemplo ela sente-se deslocada por não ser tão fútil quanto as colegas e, diferente do sonho da maioria das mulheres de sua época - de sua mãe inclusive - ela não quer casar e nem trabalhar às custas de um homem como datilógrafa, a profissão que sua mãe empurra a ela constantemente, seu sonho é trabalhar por si só, com seu trabalho, escrevendo, ela é o que se pode chamar, de forma bem clichê, uma mulher a frente do seu tempo. Mas é triste e ao mesmo tempo bonito acompanhar o quanto manter-se verdadeiro consigo mesmo, a despeito dos outros, pode ser causa de tanta angústia, tanto quanto da própria autora que, infelizmente, não conseguiu suportar.

4) O Tempo e o Cão - Maria Rita Kehl
Ainda na temática da depressão, este é um livro de não-ficção sobre o tema da psicanalista Maria Rita Kehl, vencedor do prêmio Jabuti de não-ficção. É um livro muito preciso, um estado da arte sobre o tema, escavando como a depressão foi vivenciada ao longo da História, sob que nomes e  quais determinantes históricos a ela esteve ligada, além de tecer um belo panorama contemporâneo sobre as condições de possibilidade para o aparecimento da depressão dos dias atuais, como a vivência de tempo e espaço interferem nas experiências subjetivas, que podem desembocar nos estados depressivos, como esse diagnóstico aparece tanto atualmente, recebendo inclusive a alcunha de "doença do século". Ao final, ela explora como a psicanálise entende a depressão, expondo uma tese pessoal muito pertinente. As referências são várias, Lacan, Winnicott, Walter Benjamim, Marx, Bergson, Baudelaire, é um livro pra ser lido e relido pra quem se interessa pelo tema.

5) A Amiga Genial - Elena Ferrante
Tanto este quanto A Redoma de Vidro, eu havia lido para o clube de leitura leia mulheres do Rio de Janeiro, infelizmente não consegui ir em nenhum dos dois meses, mas ambas foram as minhas melhores leituras do ano, um belo presente. Elena Ferrante é o pseudônimo de uma italiana, mas não se sabe quem é, não dá entrevistas, ninguém nunca a viu, sequer se sabe se é homem ou mulher, sob essa aura de mistério, encarna a tetralogia iniciada pelo livro A Amiga Genial sobre uma amizade permeada de muito amor e ódio entre a narradora Elena e sua amiga Lila, moradoras de uma vizinhança muito pobre em Nápoles na década de 50. Elena conhece-a desde muito pequena, na escola quando se surpreende com a inteligência "natural" da amiga, colocando-a numa aura de magnitude que a acompanhará por toda a vida, sente-se diminuída por quanto ela, Elena acha que precisa esforçar-se sobremaneira para sobressair-se na escola (e depois, na vida), enquanto que para Lila parece ser inteligente sem grandes esforços. Ao longo da história, em pequenos apontamentos fica claro o quanto esta aura é muito mais produto das fantasias de insegurança de Elena do que de uma genialidade de Lila. Este primeiro livro vai desde a infância das duas até o casamento de uma delas, terminando com aquele gancho que nos impele a querer continuar para o próximo livro, é uma história envolvente e verdadeira sobre as paixões que envolvem uma grande amizade.

6) A Morte de Ivan Ilitch - Lev Tolstói
Minha segunda experiência com Tolstói, um livro pequeno, mas incrível, os autores russos são realmente invejáveis em sua escrita. Narra os três dias que antecederam a morte de Ivan Ilitch, onde ele faz uma verdadeira retrospectiva de toda sua vida, seu relacionamento com amigos, mulher e filhos, seus arrependimentos e conquistas, põe-se a elaborar toda sua vida, desde a infância, juventude, até a velhice. Estar confrontando a morte tão de perto também é tema de suas divagações e reflexões, vemos um homem moribundo temendo aquilo que não pode entender, tentando buscar explicações para o depois de sua morte. É um livro breve, mas muito rico, depois deste e de Anna Karenina, impossível não querer ler tudo de Tolstói.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Sobre o Livro #2 - As Brumas de Avalon



[CONTÉM SPOILERS]

Olá!

Finalmente, terminei a leitura dos quatro volumes de As Brumas de Avalon, não consegui manter os diários de leitura, então achei melhor fazer um post só sobre todos os livros. Já comentei um pouco sobre o primeiro livro, Senhora da Magia, mas agora pretendo falar da história como uma só, não vou subdividir onde acontece o quê, pra dar mais dinamismo e também porque a história é pra ser lida assim mesmo, de uma vez só, como um único livro, há bastante encadeamento entre eles.

Como já havia dito, esses livros contam a perspectiva feminina do mito do rei Arthur, eu digo mito pois não se sabe até hoje se ele realmente existiu, ele teria vivido em torno do século V, mas sua história está cercada por misticismo, acontecimentos e personagens fanstasiosos, sendo objeto de várias versões. Esta de Marion Zimmer Bradley segue o contra-fluxo dessas versões ao focar nas mulheres, principalmente na meia-irmã de Arthur, Morgana, comumente retratada como uma mulher maquiavélica e pérfida, mas aqui há uma versão mais humana, tornando-se uma das minhas personagens mulheres preferidas da literatura.

Os livros iniciam-se desde antes do nascimento do futuro rei e do casamento de seus pais, Igraine e Uther, acompanhamos uma Morgana ainda recém-nascida, fruto da união do primeiro casamento de Igraine com o duque Gorlois. Com a ascensão de Uther ao trono, arrebatada pela paixão, Igraine, antes uma mãe devotada, passa a investir completamente em seu casamento, sobrepujando-o à maternidade, o que não é sem sofrimento para a pequena Morgana, que se vê obrigada a ser ela mesma mãe de seu irmão Arthur. Anos depois, Viviane leva a já crescida Morgana para tornar-se sacerdotisa de Avalon, e no futuro substituir Viviane no cargo de Grande Sacerdotisa.

Entretanto, após o controverso Grande Casamento, Morgana abandona Avalon, grávida e completamente amargurada em relação ao seu destino, há pela primeira vez um profundo desgosto em servir sua vida a Deusa, sente-se manipulada por Ela e, em consequência, por Viviane, que seria a representação da Deusa na Terra, o instrumento através do qual Seus propósitos são executados. Assim, Morgana abandona o posto de sacerdotisa e refugia-se na corte de sua tia Morgause, casada com Lot de Orkney, vale lembrar que este rei havia ambicionado ser o Grande Rei, sendo preterido a Uther, por isso tanto ele quanto sua gananciosa esposa sonham em colocar no trono um de seus filhos. Na corte de Morgause, Morgana dá a luz ao seu filho Mordred, mas o deixa para ser criado pela tia.

Paralelo a tudo isto, o rei Arthur ascende ao trono após a morte do pai e casa-se com a cristã fervorosa Guinevere, para mim os capítulos protagonizados por ela são os mais enfadonhos, sua temeridade inquestionável ao Cristo, sua devoção e fanatismo pra mim são muito cansativos, principalmente porque há muitas contradições e conflitos internos entre seus desejos mais íntimos e a fé cristã. Seu maior conflito é o fato de não ser apaixonada por seu marido, mas pelo seu primo e amigo mais íntimo, Lancelote, esta paixão é mote de toda a angústia e culpa de Guinevere. Além disso, a rainha não consegue realizar o que seria sua única função enquanto mulher de um rei: dar-lhe filhos, ela então associa sua esterilidade com o pecado de desejar outro homem, que não seu marido, tornando-o como uma penitência pelos seus pecados.

O contraponto entre Guinevere e Morgana e outras mulheres de Avalon é o ponto mais interessante dos livros para mim. Um dos grandes fios condutores das histórias é a religião, de um lado, o cristianismo e de outro o paganismo, e ambas as crenças tem uma visão completamente oposta em relação ao papel da mulher, pela perspectiva de Guinevere, o cristianismo tem uma visão da mulher como abjeta, fonte de todo o pecado do mundo, desde Eva, ela deve ser submissa, colocar-se sempre atrás dos homens e sentir-se culpada pelo simples fato de ser mulher. Ao contrário, em Morgana, vemos a exaltação do feminino, a mulher como aquela que dá a vida, não é a toa que em Avalon se cultua a Deusa e não o Deus, vê-se isso em todas as atitudes de Morgana, mesmo quando se afasta de Avalon, ela ainda mantém uma postura de não submissão e de autoridade, invejada por Guinevere, diga-se de passagem.

Os acontecimentos vindouros são voltados para as façanhas do rei Arthur, como ele conseguiu juntar em torno de si os cavaleiros da Távola Redonda e expulsar os saxões da Bretanha, através de sua espada Excalibur, encantada com a magia de Avalon para que ele nunca perecesse enquanto a portasse. Esta espada é o símbolo do juramento de Arthur que, em troca de sua magia, promete defender o paganismo e as religiões célticas junto ao cristianismo. Esta promessa é quebrada, com insistência de Guinevere, e o rei Arthur depõe a bandeira usada pelo seu pai, com os Dragões, símbolo de todas as religiões pagãs para usar somente o símbolo da cruz. Tal perjuro é condenado, obviamente por Viviane e também por Morgana que toma essa traição para si e passa a tentar, principalmente após a morte de Viviane, vingar tal perfídia em nome de Avalon.

Apesar de aproximar-se mais de Avalon, ainda assim Morgana não assume o posto de Grande Sacerdotisa após a morte de Viviane, ela casa-se com o velho Uriens da Gales do Norte, e toma forças para vingar Avalon após envolver-se amorosamente com o enteado, filho de Uriens, Acolon. Mas suas tentativas de fazer Arthur cair não funcionam e ela mais uma vez depara-se com muita dor e sofrimento durante esta jornada, permeada de muito ódio aos cristãos e de muita amargura por ver Avalon ir aos poucos sendo consumida pelas brumas e também culpa, pois acredita que ao abandonar Avalon grávida, ela de certa forma, deixou que o destino se configurasse desta forma. 

Aqui é o ponto onde, ao mesmo tempo que há disparidades, também tem alguma convergência entre Morgana e Guinevere, ambas são movidas pela sua fé, a seu modo e sentem culpa por acharem que não estão cumprindo a vontade de seus deuses por mais que suas vidas inteiras tenham sido dedicadas a manter viva suas crenças. Portanto, apesar de tão diferentes entre si, as diferentes narradoras desta história, Igraine, Viviane, Morgause, Morgana, Guinevere, Nimue, Niniane, todas tem em comum esta devoção incontestável por seus deuses, uma relação de amor e ódio profundos pela sua religião, na tentativa de conciliar seus desígnios indecifráveis com seus próprios desejos e paixões. Enfim, são personagens humanas e isso que me faz gostar e sentir tanto carinho por essa saga.

Espero que tenham gostado e até a próxima!



domingo, 29 de novembro de 2015

Diário de Leitura #2 - As Brumas de Avalon

Olá!

Atualizando meu diário de leituras, ao contrário do que havia me proposto, não terminei A Senhora da Magia ontem, mas hoje de manhã. Ontem, parei na página 224, faltavam somente 24 páginas para o fim, mas o sono me pegou antes. Até onde havia lido, Morgana se tornara a personagem central do livro, acompanhamos desde sua chegada a Avalon até quando se tornara sacerdotisa e a maior parte do livro estava voltada para a perspectiva dos acontecimentos a sua volta, pelo que me lembro, será assim a partir de agora nos próximos três livros.

Conhecemos mais sobre a rotina de Avalon, seus rituais, ensinamentos, encantamentos, Mistérios e Visões. Morgana narra seu encontro com o primo Lancelote (filho de Viviane) e em como ele se torna sua primeira paixão e seu controverso Grande Casamento com o Gamo Rei, pra quem ela deu sua virgindade em nome da Deusa. Nesta parte do livro, ela também reencontra com seu irmão Artur, agora coroado Rei após a morte de Uther, e nas últimas 24 páginas do livro, com sua tia Morgause, casada com Lot de Orkney, e com sua mãe Igraine, agora descrita como uma mulher indiferente aos seus filhos. 

Nesta parte, é narrada o relacionamento de amor e ódio entre Morgana e Viviane, que a considera sua filha e como a pessoa mais importante de sua vida, mas assim como Igraine nos contava no início da história, Morgana compartilha da ideia de que sua tia é uma mulher controladora que utiliza o argumento de ser o instrumento da vontade da Deusa para fazer o que bem lhe aprouver. Por conta disso, por sentir-se manipulada em decorrência de um acontecimento do Grande Casamento, no final do livro vemos a partida de Morgana de Avalon para a corte de sua tia Morgause, declinando definitivamente da condição da sacerdotisa e de no futuro ser a Grande Sacerdotisa, sucedendo a Viviane, como esta havia determinado.

Agora, a meta do dia é ler no mínimo 78 páginas do segundo livro, A Grande Rainha, vamos lá e até a próxima!

Livro: As Brumas de Avalon (Livro 1 - A Senhora da Magia)
Autora: Marion Zimmer Bradley
Editora: Imago
Ano: 2008
Páginas: 248

sábado, 28 de novembro de 2015

Diário de Leitura #1 - As Brumas de Avalon

Olá!

Como havia dito no post anterior, ler Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda me fez sentir vontade de reler uma das minhas sagas favoritas, As Brumas de Avalon. Então vou atualizando aqui o andamento da minha releitura desta tetralogia, vou fazer em formato de maratona e ler o máximo possível. Minha proposta de leitura é a seguinte:

26/11, 27/11 e 28/11: A Senhora da Magia (As Brumas de Avalon #1)
29/11, 30/11 e 01/12: A Grande Rainha (As Brumas de Avalon #2)
02/12, 03/12 e 04/12: O Gamo-Rei (As Brumas de Avalon #3)
05/12, 06/12 e 07/12: O Prisioneiro da Árvore (As Brumas de Avalon #4)

Caso vocês não saibam, esses livros contam a história do rei Arthur pela perspectiva das mulheres, então toda a narrativa será contada a partir de seus pontos de vista e seus pensamentos, esse é um dos elementos que torna os livros tão interessantes. Ontem eu parei na página 152 do primeiro livro, já fomos apresentados a alguns personagens importantes, Igraine, Morgana, Viviane, Morgause, Uther e Merlin. Nos primeiros capítulos, Igraine é a narradora, adentramos em seu casamento arranjado com o cristão Gorlois, motivo de muito sofrimento, ela vive uma relação muito ambivalente com este marido, ora o ama e ora o odeia, mas mais pra frente, ao conhecer o sucessor do Rei Uther-Pendragon, ela vai poder entender o que significa apaixonar-se de verdade. Neste ínterim, conhecemos também sua filha Morgana, ainda bebê, e sua meia-irmã que mora com ela, a ambiciosa Morgause.



Todas essas mulheres tem em comum terem sangue das fadas de Avalon, Igraine e Morgause são filhas da antiga Grande Sacerdotisa de Avalon, posto ocupado agora por Viviane, também meia-irmã das duas e filha da Senhora de Avalon anterior. Mas ao contrário desta, tanto Igraine quanto Morgause tem destinos diferentes do de Avalon, ao contrário de Morgana, desde pequena, Viviane já presente que ela será sua sucessora e eu parei no momento da história em que Morgana está começando a sua iniciação para se tornar sacerdotisa de Avalon, quando ela se afasta pela primeira vez do reino da Cornualha onde nasceu, deixando a sua mãe Igraine, agora casada com o padastro Rei Uther, e seu meio-irmão, Arthur.



Toda a narrativa é conduzida a partir das lutas e guerras realizadas em prol da unificação da Bretanha, através do combate aos saxões e dos conflitos religiosos entre os cristãos que repudiam veementemente os mistérios que cercam as religiões antigas, de Avalon e dos druidas, considerando-as obras do demônio e dos seus seguidores. É interessante que os cristãos repudiam a ideia da Deusa, acreditam que Deus é uno e homem e que a representação da mulher está sempre voltada para o pecado, ao contrário da crença das sacerdotisas, para quem a mulher é a representação do que há de poderoso, afinal é ela quem dá a vida.

Por enquanto é isso, até a próxima!

sexta-feira, 27 de novembro de 2015

Sobre o livro #1 - Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda


Livro: Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda
Autor: Howard Pyle
Editora: Zahar (Coleção Clássicos Zahar)
Ano: 2015












Olá!

Hoje vim falar sobre esta versão da clássica história do Rei Arthur. Antes de falar sobre a história, algumas observações, Howard Pyle escreveu uma tetralogia sobre a vida do Rei Arthur, este é o primeiro livro, escrito em 1903, cujo título original é A história do rei Arthur e seus Cavaleiros. As outras três chamam-se A história da Liga dos Cavaleiros da Távola Redonda, A história de Sir Lancelot e seus companheiros e A história do Graal e a morte de Arthur. Este primeiro livro divide-se em dois, a isso corresponde quando hoje em dia um livro é dividido em partes (parte I, II, etc).

No primeiro livro (ou parte I), acompanhamos desde o nascimento do herói, filho do rei Uther Pendragon com Igraine, mas que fora dado no nascimento a outro nobre Rei, descobrindo suas origens anos depois, ao retirar a famosa espada Excalibur do bloco de mármore, condição imposta pelo feiticeiro Merlin para saber quem seria coroado Rei. Arthur rapidamente apropria-se do título, passando em uma página, de humilde escudeiro do irmão a soberano respeitado e amado por todos, a rapidez dos acontecimentos é algo marcante neste livro, muitas vezes, períodos de tempo, viagens longínquas são realizadas a cada parágrafo, sem maiores delongas. Após a conquista do trono, várias aventuras acontecem, as mais significativas são as que envolvem a sua futura esposa, Guinevere e a conquista da famosa távola redonda.

ilustração de Morgana por Howard Pyle

No segundo livro (ou parte II), conta-se a história de três personagens importantes na história do Rei Arthur, do feiticeiro Merlin, o mago conselheiro e amigo do soberano, e de Pellias e Sir Gawaine, dois cavaleiros honrados e leais. Este segundo livro me incomodou mais, como eu sou fã eterna de As Brumas de Avalon, não gostei da forma como Howard Pyle descreve a irmã do rei Arthur, Morgana, e Vivien, que na história de Marion Zimmer Bradley, é Viviane, tia de Morgana. 

Aqui, Morgana e Vivien - assim como grande parte das personagens femininas - são retratadas como mulheres ardilosas, passionais, maquiavélicas, feiticeiras que usam a magia para desonrar os homens e fazê-los sucumbir a desgraça. Por isso e pela narrativa, não coloco este livro como um dos meus preferidos, mas me fez sentir vontade de reler As Brumas de Avalon e procurar outras versões para esta história incrível.

Esta edição da Zahar está muito bonita, capa dura e conta com dezenas de ilustrações do próprio autor, além de uma apresentação breve de Howard Pyle, tudo feito com muito cuidado. Uma pesquisa pelo site da Zahar, eles informam que não tem previsão se lançaram os outros livros da tetralogia, apesar de não ter me apaixonado por esta, fiquei com vontade de conhecer o restante da história por este autor.

Howard Pyle

Até a próxima!

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

#1 Projetos de Leitura 2016

Olá!

Resolvi começar um blog no período mais conturbado e cheio do ano, bem irônico. Mas agora as coisas deram uma acalmada e eu vou tentar correr com as minhas duas leituras atuais, "Rei Arthur e os Cavaleiros da Távola Redonda" e "A Velhice" da maravilhosa Simone de Beauvoir. Enquanto não os termino, já vou adiantando aqui os projetos de leitura que pretendo fazer no próximo ano, não quero me comprometer com muitos projetos porque tenho o vício do planejamento e muitas vezes acabo não executando.

Meu primeiro projeto, eu o chamo de Projeto "Tirando a Poeira", são livros que estão na minha estante "acumulando poeira", ainda não os li, mas tenho muita vontade. O objetivo será ler todos esses 20 livros ao longo do ano, a lista a seguir não está em ordem, nem vou seguir uma periodicidade (como dois livros por mês) vou lendo a medida que a vontade surge, mesmo e vou dando notícias por aqui. Então, segue a minha primeira lista dos meus Projetos para 2016 ;)

Projeto "Tirando a Poeira"

1. Mrs Dalloway - Virginia Woolf
2. O Homem Duplicado - José Saramago
3. O Evangelho Segundo Jesus Cristo - José Saramago
4. O Cão dos Baskervilles - Arthur Conan Doyle
5. Se um Viajante numa Noite de Inverno - Italo Calvino
6. Mulheres Apaixonadas - D. H. Lawrence
7. As Horas Nuas - Lygia Fagundes Telles
8. Sobre a Beleza - Zadie Smith
9. Persuasão - Jane Austen
10. Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres - Clarice Lispector
11. O Estrangeiro - Albert Camus
12. A Obscena Senhora D - Hilda Hilst
13. Textos para Nada - Samuel Beckett
14. A desumanização - Valter Hugo Mãe
15. O Pintassilgo - Donna Tartt
16. Garota Exemplar - Gillian Flynn
17. Laranja Mecânica - Anthony Burgess
18. O Talentoso Ripley - Patricia Highsmith
19. O Sol é para Todos - Harper Lee
20. A Mulher Desiludida - Simone de Beauvoir

sábado, 14 de novembro de 2015

Apresentação

Olá a todxs :)

Venho aqui apresentar meu mais novo blog!

Por aqui eu vou falar, adivinhem, sobre livros! Quero compartilhar com vocês as minhas impressões, o que eu ando lendo no mês e comprando, também, a ideia é que possamos conversar sobre esse hábito maravilhoso.

Sempre adorei ler, desde muito nova, lembro que minha primeira experiência literária foi com o Sítio do Pica-pau Amarelo do Monteiro Lobato e desde então, não parei mais. Ou melhor, meu ritmo de leitura deu uma diminuída drástica quando entrei na faculdade em 2008, quando passei a basicamente só ler livros da minha área e a carga de leitura do meu curso era imensa. Nunca parei completamente de ler ficção, mas não foi mais da forma como era na minha infância e adolescência.

Foi quando eu resolvi, esse ano, retomar de forma intensa os meus antigos hábitos de leitura, passei a comprar mais livros e conheci o mundo mágico dos canais literários no YouTube (talvez eu tenha sido a última pessoa do planeta a fazer essa descoberta >.<), eu não fazia ideia de a literatura era tão compartilhada, até parece que eu vivi numa caverna esses anos todos pra não saber o quão a internetê é poderosa! Enfim, claro que me apaixonei por esse universo e passei também a acompanhar, além dos vídeos, os blogs de literatura por aí afora. Além disso, eu passei também a registrar minhas leituras num caderno pra acompanhar o quão assídua eu estava sendo, a princípio achei que fosse enjoar de fazer esses registros, mas adorei ter um caderno de leituras! Só faltava colocar pro mundo toda essa minha paixão através do bom e velho blog :)

Minha ideia é também falar, quando possível, de outras duas paixões, filmes e seriados, ocasionalmente, pretendo compartilhar e recomendar o que ando vendo, mas o foco do blog mesmo será livros. Eu espero que vocês gostem dessa minha nova aventura, comentem, compartilhem, deem sugestões de livros bacanas e também de administração de blogs rs sou bem novata nesse aspecto tecnológico.

Um beijo!